Manoel Ferreira de Miranda

Manoel Ferreira de Miranda nasceu em Granja, Ceará, em 2 de agosto de 1886. Apesar de não ter concluído os estudos secundários devido a limitações financeiras, destacou-se no cenário intelectual e jornalístico cearense do início do século XX até meados dos anos 1950.

Miranda foi um prolífico escritor, produziu poesias, sonetos, contos e prosas. Em Ubajara, para onde se mudou ainda jovem, fundou o jornal “A Ibiapaba” em parceria com Craveiro Filho, além de ter colaborado com José de Vasconcelos no jornal “O Serrano” em 1909. Em 1924, lançou a “Gazeta da Serra”, que circulou até 1929, quando fundou em Fortaleza o vespertino “À Tarde”.

Sua trajetória e produção literária foram registradas no livro Memórias de Manoel Ferreira de Miranda (O EMES), de Maria Oirta Gomes Miranda, publicado em 2006 pela Editora Ottoni, que reúne crônicas, poemas e artigos de seus diversos jornais.

Além de seu trabalho literário, Miranda foi lojista, farmacêutico e uma voz ativa na política local, participando das primeiras sessões da Câmara de Vereadores de Ubajara entre 1916 e 1917. Contudo, foi no jornalismo que sua inteligência se destacou. Como redator do “À Tarde” em Fortaleza, contou com a colaboração de figuras renomadas como Papy Junior e Perboyre Silva.

Miranda adotava o pseudônimo “EMES” e conquistava os leitores com seu estilo acessível e humor refinado, abordando temas cotidianos e culturais. Suas obras enfatizavam aspectos tradicionais e folclóricos do Ceará, especialmente da Serra da Ibiapaba.

Entre seus livros estão Milagre do Coração, que explora a crendice popular e a cura por orações, e Cousas que Acontecem, com duas edições e cerca de 3.000 exemplares vendidos, onde retratava tipos populares e lendas locais, como a do vaqueiro Zé da Luz.

Manoel Ferreira de Miranda faleceu no Rio de Janeiro, em 22 de julho de 1955, deixando um legado marcante no jornalismo e na literatura cearense.