Raimundo Jácome de Melo nasceu em Crateús, Ceará, no dia 13 de novembro de 1921. Sua educação formal foi limitada aos estudos primários na casa de familiares e aos cursos internos da Polícia Militar.
Ele interrompeu a carreira para acompanhar o tratamento médico de sua mãe, Maria Bezerra do Espírito Santo, e também para cuidar de oito irmãos e ajudar o pai, Jácome de Melo, nos trabalhos da fazenda.
Após deixar a vida militar, voltou-se novamente para a poesia. Dessa experiência, ao lado de Francisco Jácome de Melo, produziu o livro Os Prantos do Sertão, entre outras obras, explorando temas como o sofrimento, a seca e a força do homem nordestino.
Em 30 de maio de 1950, casou-se com Maria Vilanir de Melo, com quem teve sete filhos. Em 24 de abril de 1953, mudou-se para Ubajara, onde passou a trabalhar no comércio ao lado do também comerciante e poeta Bahe Macedo. Dessa parceria, nasceu uma forte amizade comercial e literária.
Homem simples do sertão, Raimundo se dedicava à poesia e aos repentes. Sua obra se divide em três temas principais: o sertanejo, o religioso e o cotidiano. Com um estilo único, ele incorporava expressões e temas populares em seus versos, mas guardou boa parte de sua produção, sem publicá-la, exceto por algumas participações especiais nos programas Ceará Caboclo e Meu Chodó, transmitidos pela TV Cultura do Ceará.
Com o desejo de contribuir para a cultura e o lazer em Ubajara, especialmente para os jovens e trabalhadores, ele se uniu a Alberto Alves da Silva, Luiz Fernandes de Sousa, Francisco Jácome de Melo, José Aniceta de Sousa, Lindolfo Cunha Freire, Manuel Francisco de Paiva, Paulo Furtado de Mendonça, Raimundo Mulato, Lourenço Vieira da Silva, Raimundo Batista de Souza e outros, para fundar, em 8 de dezembro de 1940, o Círculo Operário São José, que mais tarde se tornou a União Operária São José de Ubajara. Raimundo ocupou diversos cargos na diretoria dessa instituição.
Sempre comprometido com as causas da cidade, foi um dos principais conselheiros durante as gestões de Flávio Ribeiro Lima e Francisco Pinto Henry. Raimundo acompanhou e celebrou o crescimento de Ubajara. Religioso, participou ativamente da Congregação Mariana e de outras entidades, contribuindo com aconselhamento e práticas de fé.
Raimundo Jácome de Melo se tornou uma figura marcante na história de Ubajara. Sua sabedoria era procurada por estudantes, professores, poetas e escritores. Monsenhor Francisco Tarcísio Melo o considerava uma verdadeira lenda viva, uma “biblioteca humana” repleta de mitos, contos e histórias sobre a cidade.
Em 27 de março de 1998, foi homenageado com o título de Cidadão Ubajarense em uma sessão solene. Raimundo Jácome de Melo faleceu em 23 de janeiro de 2012, deixando um legado na cultura e na história de Ubajara.