Crônica Jornalística ao Dia da Literatura
Primeiro registro de Monique na AULA.
CRÔNICA
Por Monique Gomes
10/2/20243 min read


Toda mulher tem um vestido de festa longo guardado há mais de 200 anos nas entranhas do armário. Então, não me preocupei com o que usar na sessão solene em homenagem ao Dia da Literatura que aconteceu no dia 21 de novembro na Assembleia Legislativa, em Fortaleza.
Observe como o excesso de confiança feminina pode ser arriscado, caro leitor: deixei para experimentar o bendito na véspera do evento. O caimento do crepe de alfaiataria esvoaçante tocando meus tornozelos ficou simplesmente perfeito.
O problema é que fiquei entalada na roupa a ponto de chamar o corpo de bombeiros a vizinha pra me libertar. Passado o infortúnio, encontrei uma peça substituta cujo fecho éclair não chegava ao seu destino final, porém uma gambiarra logo foi improvisada.
Pois bem. Fui escolhida pela Academia Ubajarense de Letras para receber a honraria. É a segunda, sendo que a primeira foi entregue a Francisco Jácome Sobrinho, nosso presidente eleito, na cerimônia do dia 4 de Agosto.
Fiz uma viagem tranquila pela Expresso Guanabara, exceto por um pequeno inconveniente que quase me fez perder o ônibus. Senti falta daquela necessaire cujo interior serve para guardar dinheiro, cartões de crédito/débito e documentos.
O rapaz da agência consultou um GPS digital e me alertou: “O motorista chega, mais ou menos, em 10 minutos”. Voei pra casa de Mop Spray na velocidade da luz. Não sei se você já ficou sabendo, mas as bruxas modernas não usam mais vassouras.
Chegando ao Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé, avistei um rapaz moreno, alto, bonito e sensual. Ele me observava com uma atenção intrigante, enquanto eu imaginava se tratar de um serial killer. "Tô vendo muitos filmes", pensei.
Mas o homem insistiu no "assédio", até eu descobrir que ele era o motorista do Uber que eu tinha acionado pelo celular a menos de um minuto. Matuta é o cão mesmo. Aqui no interior, um táxi demora a chegar porque não temos a mesma logística na prestação do serviço.
A solenidade do Dia da Literatura na qual participei no Plenário 13 de Maio foi comemorada com homenagens a escritores e pessoas que contribuem para o mundo das letras no Ceará.
A data é celebrada oficialmente em 17 de novembro, dia do nascimento da escritora, romancista, cronista Rachel de Queiroz (1910-2003). O evento foi proposto pelo deputado Heitor Férrer e viabilizado pelo deputado Evandro Leitão.
Férrer discursou sobre a importância das tradições orais que atravessam o tempo, como as histórias contadas pelos nossos avós que se transformam em registros e relembram os antepassados. “Essa noite memorável permanecerá indelével não apenas nos anais desta casa, mas no meu coração”, concluiu o parlamentar.
Enquanto Lúcio Alcântara pulverizava palavras eloquentes à plateia, eu me emocionava com o fato daquele senhor se dirigir aos adversários com respeito, admiração e, sobretudo, reconhecendo em público a importância da oposição para o campo das ideias e o debate democrático.
Por fim, quero deixar registradas aqui as palavras da empresária Terezinha Mourão, membro efetiva da Academia Ubajarense de Letras:
“Agradeço ao deputado Heitor Férrer por ter nomeado para a homenagem do Dia da Literatura Cearense nossa amiga e acadêmica MONIQUE GOMES, autora do livro ‘A História Surpreendente de Uba e Jara’. É de suma importância que nossa academia, mesmo que embrionária, já esteja sendo palco de duas homenagens importantes da Assembleia Legislativa do nosso estado. Vamos manter a garra, a perseverança e a unidade da nossa academia para que possamos prosperar e carimbar cada vez mais a AULA na história Ubajarense”.
Você sabia que o Ceará é pioneiro em desenvolver uma literatura irreverente, relativamente informal e sincrética? Tudo começou com a formação da Padaria Espiritual (século 19), um grupo formado por escritores, pintores e músicos que se dedicavam a editar um jornal intitulado O Pão — publicação repleta de humor, sagacidade e senso crítico.
Por essas e outras, resolvi narrar este acontecimento com o gênero crônica.
HOMENAGEADOS PELA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO CEARÁ
SESSÃO SOLENE DIA DA LITERATURA CEARENSE
21 de novembro de 2022
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