Ubajara
Declaração de amor a Ubajara.
POEMA/POESIA
Por Oscar Magalhães
10/18/20243 min read


Por ti nasci poeta e para ti será,
Ubajara,
o meu canto melhor:
canto de glória e canto de esperança
pelo que és e pelo que hás de ser.
Porque
vivo dentro de ti, vives dentro de mim,
tu me inspiras, eu canto e o meu canto é um clarim
em que farei vibrar, num clangor todo novo,
a beleza da terra, e do céu, e do povo...
E a rega de suor de meu rosto cansado
há de fazer florir tua mata e teu prado.
Cantarei
tuas águas,
tuas filhas,
teus verdes bosques umbrosos;
o que há de mais puro, e mais belo e mais forte...
As tuas águas são claras
como o zizi da cigarra...
Viajor, as vossas mágoas
vinde lavar nessas águas...
Ó líquidos cristais em que a sede mitigo,
águas claras e mansas,
vós que não conheceis a perfídia do lago,
a malícia do rio,
perto do céu, longe do mar, águas crianças,
fonte de minha fé, berço de meu lirismo,
vós me falais de Deus num contínuo cicio
de afago,
e eu vos bendigo
águas de meu batismo!
A beleza de tuas filhas
semelha o vôo da andorinha...
Se não conheceis o amor,
vinde vê-las, viajor!
Alvorada de carne, etérea floração
de amor e de pureza,
herdastes de Iracema um dom imenso:
essa graça morena,
essa quase tristeza,
essa fascinação,
que falam da palmeira e da açucena
e das manhãs radiantes de verão...
em que farei vibrar, num clangor todo novo,
a beleza da terra, e do céu, e do povo...
E a rega de suor de meu rosto cansado
há de fazer florir tua mata e teu prado.
Cantarei
tuas águas,
tuas filhas,
teus verdes bosques umbrosos;
o que há de mais puro, e mais belo e mais forte...
As tuas águas são claras
como o zizi da cigarra...
Viajor, as vossas mágoas
vinde lavar nessas águas...
Ó líquidos cristais em que a sede mitigo,
águas claras e mansas,
vós que não conheceis a perfídia do lago,
a malícia do rio,
perto do céu, longe do mar, águas crianças,
fonte de minha fé, berço de meu lirismo,
vós me falais de Deus num contínuo cicio
de afago,
e eu vos bendigo
águas de meu batismo!
A beleza de tuas filhas
semelha o vôo da andorinha...
Se não conheceis o amor,
vinde vê-las, viajor!
Alvorada de carne, etérea floração
de amor e de pureza,
herdastes de Iracema um dom imenso:
essa graça morena,
essa quase tristeza,
essa fascinação,
que falam da palmeira e da açucena
e das manhãs radiantes de verão...
Que para vós meu verso seja incenso
e turíbulo ardente o coração.
Galga o azul teu grande bosque
na fronte do piroá.
Nessa sombra, ó viajor,
adormecei vossa dor!
Bosques de minha terra onde não mais estrugem
estrupidos de luta, alto soar de inúbia,
reside em vós a força e a paz nesta hora dúbia!...
Velhos carros de boi, nos desvios, rechinam
sobre flores de ipê... Ao longe turturinam
rolas pasdas, azuis, cor de ferrugem...
Vossa beleza encanta e vossa força aterra!
Numa eclosão de sons, num tumulto de cores,
num perfume sutil de frutos em sazão,
dais alimento e sombra aos lenhadores,
e abrigo ao cafezal verde que além se alonga
pejado de rubis, louro e farto de orvalho,
glorificando a força, a harmonia, o trabalho,
no forte martelar sonoro da araponga.
Oh, benditos sejais, bosques de minha terra,
vós que me dais o céu, dando a meditação!...
***
Eu cantarei assim.
E esse canto será, na morna paz do campo,
o farto pão da espiga e a luz do pirilampo.
Que eu seja, para ti, ó colmeia encantada,
a beleza e o labor de uma abelha dourada!
Ubajara, Ubajara!
é tão grande por ti meu amor
que, homem, chego a esquecer o meu tormento
para cantar teus dias de esplendor!
Eu te amo, eu te amo,
e à força de te amar,
vivo ─ serei por ti essa abelha dourada,
morto ─ ressurgirei numa rosa encarnada
para te coroar!
Gostou? Deixe um comentário!
Estamos aqui para ouvir o que você tem a dizer sobre as nossas publicações. Preencha o formulário e compartilhe a sua opinião com a gente!
Academia Ubajarense
de Letras e Artes


Endereço: Sítio Matriz, zona rural
Ubajara-Ceará Cep.: 62350-000
CNPJ 51.979.377/0001-75


Fale com a Academia!
Preencha o formulário abaixo ou mande mensagem no WhatsApp