Academia Ubajarense de Letras e Artes realiza cerimônia de posse

Acadêmicos tomam posse na Academia Ubajarense de Letras e Artes

Por Monique Gomes

Na noite de 27 de agosto de 2025, a Academia Ubajarense de Letras e Artes (AULA) promoveu a cerimônia de posse de novos membros. O evento, realizado na Câmara de Vereadores de Ubajara, foi marcado pela presença de autoridades, homenagens e forte emoção entre os participantes e a plateia.

A solenidade foi aberta pelo presidente da instituição, Nicollas Aguiar, e contou com a entrada dos postulantes, execução do Hino Nacional e leitura do histórico da Academia. Estiveram presentes personalidades como o Promotor de Justiça Dr. Marcos Vinicius, a Dra. Maiza Araújo, representando a magistratura, o senhor Humberto Ribeiro, a Dra. Priscila, representante da OAB, entre outras.

Durante a cerimônia, cada acadêmico foi oficialmente empossado com a leitura da biografia de seus respectivos patronos, seguida da apresentação da própria trajetória e finalizada com a entrega do diploma. O momento foi marcado por discursos emocionados. Foram empossados:

  • Frank Castro – Cadeira nº 02 – Patrono: Antônio José Pereira
  • Marcelo Gonçalves Miranda – Cadeira nº 03 – Patrono: Manoel Ferreira de MirandaMaria Graciema Daniel Silveira – Cadeira nº 06 – Patrono: Monsenhor Gonçalo Eufrásio.
  • Ana Lorena da Silva Góis – Cadeira nº 12 – Patrono: Mozart Cunha Freire.
  • José Maria Fernandes – o jornalista e autor do Hino de Ubajara ocupou a cadeira nº 16 cujo patrono é Antônio Ribeiro Neto, artista que ilustrou Jesus Cristo na cúpula da igreja matriz.
  • Leto Saraiva Rocha – Cadeira nº 23 – Patrono: José Odnir dos Anjos. A família de Odnir participou do evento com uma singela homenagem.
  • Samuel Furtado Barroso – Cadeira nº 24 – Patrono: Prudêncio Furtado de Mendonça.


Em discurso comovente, Marcelo Miranda destacou: “Assumir a cadeira de número 3 da AULA é aceitar um legado. O patrono desta cadeira, Manoel Ferreira de Miranda, não foi apenas um homem de letras de Ubajara, foi também meu bisavô, a quem chamo de Pai Vô.”

Após o juramento dos novos acadêmicos, a noite seguiu com o pré-lançamento do livro da acadêmica Ilma de Oliveira, a homenagem ao autor do Hino de Ubajara, José Maria Fernandes, e a execução do hino municipal com a participação de Marcelino Fernandes.

A cerimônia foi marcada não apenas pela formalidade e solenidade, mas também pelo sentimento de pertencimento, orgulho e emoção que tomou conta da plateia e dos acadêmicos. Foi um verdadeiro marco cultural para Ubajara, fortalecendo ainda mais a missão da Academia em preservar e valorizar a literatura e as artes da região.

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Oirta Gomes Miranda

Oirta Gomes Miranda: Uma Vida de Fé, Dedicação e Visão à Frente de Seu Tempo

Por Marcelo Miranda Oirta Gomes Miranda foi uma figura notável, cujo legado é marcado por sua fé inabalável, dedicação incansável à família, um profundo senso de justiça social e uma visão singular que a colocava à frente de seu tempo. Ela é lembrada não apenas como uma mulher exemplar e um pilar para sua comunidade, mas como uma inspiração constante, cuja vida tocou profundamente a de muitos. Como exemplo e testemunho de sua profunda religiosidade, participou ativamente da construção da Capela Mãe Rainha, que, além de ser um marco de fé, tornou-se um ponto turístico em Ubajara. Primeiros Anos e Formação: Nascida e criada em um lar de princípios cristãos sólidos, Oirta desde cedo demonstrou uma forte ligação com a fé. Seus pais e avós lhe transmitiram valores como honestidade, trabalho duro e um amor profundo por Deus e pelo próximo, que se manifestaria intensamente em seu senso de justiça e em suas ações ao longo da vida. Essa base foi fundamental para moldar seu caráter e direcionar suas escolhas. Laços Familiares e Suporte Inestimável: Casada com Manoel Miranda, Oirta construiu uma família abençoada, dedicando-se incansavelmente ao bem-estar e à educação de seus filhos. Além de seu núcleo familiar, Oirta estendia seu suporte a outros membros da família. Quando Marlene Gonçalves Miranda, esposa de seu cunhado Florival Miranda (já falecido), mudou-se do Rio de Janeiro para Ubajara com sua família, Oirta foi um porto seguro. Ela não hesitou em oferecer um emprego a Marlene no FUNRURAL – órgão governamental que garantia a aposentadoria de agricultores do interior do estado –, demonstrando sua generosidade e seu compromisso em ajudar quem precisava. Seu senso de justiça e sua perspectiva positiva eram evidentes em suas interações. Uma anedota familiar ilustra seu apreço pela natureza e sua fé: certa vez, Marlene, recém-chegada do Rio de Janeiro e de outra cultura, ao ver o céu carregado de nuvens, exclamou: “O céu está feio!” Tia Oirta, com sua perspicácia característica, corrigiu-a imediatamente: “Bate na boca, Marlene, o CÉU ESTÁ LINDO PRA CHOVER!” Um Coração para Causas Sociais e Visão de Futuro: Oirta sempre esteve profundamente ligada às causas sociais. Seu senso de justiça, herdado de seus pais e avós, era uma virtude proeminente. Ela não apenas acreditava em um mundo melhor, mas agia para construí-lo. Sua visão abrangia desde o apoio individual, como no caso de Marlene, até projetos mais amplos para o desenvolvimento de sua região. Em uma conversa reveladora, seu irmão Gomes de Moura contou que, ao visitá-la, a encontrou debruçada sobre uma vasta quantidade de papéis, escrevendo intensamente. Ao perguntar o que fazia, Oirta respondeu: “Estou elaborando um projeto para uma faculdade em Ubajara!” Este projeto, embora não tenha sido adiante na época, mostrava sua profunda preocupação com o acesso à educação em um tempo em que o estudo era de difícil acesso na Serra da Ibiapaba, solidificando sua imagem como uma mulher genuinamente à frente de seu tempo. Preservadora da Memória e Inspiradora de Gerações: Além de sua busca por um futuro educacional para a região, Tia Oirta também demonstrou um firme propósito na preservação da história e da memória familiar. Ela dedicou-se a reunir, pesquisar e classificar os escritos de seu bisavô, Manoel Ferreira de Miranda, cujo trabalho ela publicou sob o pseudônimo de “EMMES”. Essa homenagem resultou na publicação do “Diário de um Velho”, um trabalho inspirador que deu continuidade à pesquisa sobre a família, assegurando que o legado de seu bisavô e o seu próprio vivessem. Testemunhos e Reconhecimento: As virtudes de Oirta Gomes Miranda são amplamente reconhecidas. Seu irmão, Gomes de Moura, exclamou todas as suas qualidades em textos dedicados à sua vida. Para aprofundar-se e validar esses escritos, o leitor pode consultar os seguintes links: Conclusão: A vida de Oirta Gomes Miranda foi uma tapeçaria rica, tecida com fios de fé, amor familiar, justiça social e um espírito inovador. Sua memória perdura não só nas palavras de seu irmão e na gratidão de sua família, mas também no impacto duradouro que ela teve naqueles que a conheceram. Ela foi, sem dúvida, uma mulher que viveu com propósito e abençoou a vida de muitos.

Artigo de Melissa

Perfeição

Por Melissa Vasconcelos Não gosto de me transformar em nada que eu não seja. Não gosto de me transformar em coisa nenhuma, pois nunca me mantenho em mim mesma. Sempre nos transformamos em nada do que pensamos, e tudo o que pensamos sobre nós, tripudia-nos como Judas tripudiou Jesus Cristo. Somos os Judas das nossas vidas, criando máscaras e filtros de definição, quando, na verdade, não sabemos quem somos. Os conceitos que já julguei sobre mim e outros foram trabalhos vãos, mudando como a água que nas cachoeiras. Em cada gole, descobrimos nuances inesperadas e desconhecidas das nossas profundidades ou superficialidades, não sendo bicho, nem fera: sendo humano. Significa assim dizer que não somos completos de modo algum, e que ainda que criemos conceitos ou fórmulas, a qualquer hora, nos auto decepcionaremos: somos frágeis, falhos e falsos. Frágeis por não haver consistência em nossos princípios, de modo que todos estão sujeitos ao erro. Falhos, porque, ainda que a casa esteja bem forjada e preparada, os erros são o constante ofício daquele que se arrisca a viver. Falsos, porque exigimos dos outros a perfeição e a fidelidade de ser que nem em nós mesmos se há a confiança de cumpri-lo. Assim, somos todos estúpidos: julgando uns aos outros até os dias das mortes e apontando dedos nos narizes alheios, sem enxergar os poros inflamados do nosso próprio nariz. O nunca só existe a quem não vive, e o sempre é a mentira daqueles que negam a morte. O mundo apodrece na própria carne. A carne morre na própria pena.

A ubajarense Lucivanda Fernandes lançou o livro Crescendo entre as Rosas. Cobertura de Monique Gomes para a revista da Academia Ubajarense de Letras e Artes.

Ubajara celebra o lançamento do livro “Crescendo Entre as Rosas”

Por Monique Gomes Na última sexta-feira, 3 de outubro de 2025, o município de Ubajara, conhecido como um dos grandes berços culturais da Serra da Ibiapaba, foi palco de mais um marco literário: o lançamento do livro “Crescendo Entre as Rosas”, escrito pela empresária Lucivanda Fernandes. O evento reuniu familiares, amigos e admiradores da autora em uma tarde de celebração, emoção e inspiração. A cerimônia aconteceu no Espaço Aromas e Flores, empreendimento idealizado pela própria Lucivanda, localizado no bairro Monte Castelo. O local, que oferece experiências multissensoriais por meio de serviços de spa, massagem, perfumaria e cafeteria, foi o cenário perfeito para um encontro que uniu arte, empreendedorismo e sensibilidade. Lucivanda, que é CEO da Fazenda Santo Expedito e diretora da Rota Turística Mirantes da Ibiapaba, apresentou sua obra em formato intimista, cercada por mulheres que fazem parte de sua trajetória. O livro narra em primeira pessoa as vivências de uma mulher que transformou desafios em aprendizados e construiu um legado de fé, coragem e liderança no agronegócio, no turismo de experiência e na perfumaria artesanal. Em entrevista à Camile Mendes, a autora emocionou o público ao falar sobre o significado da obra: “Aqui tem relatos e histórias de quem cresceu estudando, teve muitas experiências, recomeços e espero que inspirem mulheres a recomeçar com o que já têm”, declarou Lucivanda. Com uma narrativa envolvente e inspiradora, “Crescendo Entre as Rosas” convida o leitor a refletir sobre o poder do propósito, a força dos recomeços e o florescer de cada mulher diante dos desafios da vida. “Foi uma noite marcada por emoção, cercada de mulheres incríveis que, em algum momento, cruzaram o meu caminho e deixaram sua marca. Muitas delas me inspiram até hoje… e é para elas e para todas as mulheres que escrevi estas páginas”, completou a autora. Ubajara, terra de grandes escritores e artistas, reafirma assim sua vocação cultural ao celebrar o talento e a sensibilidade de mais uma filha ilustre da cidade. Lucivanda Fernandes, com sua obra de estreia, faz um tributo à força feminina e ao espírito empreendedor da mulher ibiapabana.

João Benício, personalidade que viveu em Ubajara, músico talentoso

Quem foi João Benício de Sousa?

Por Magna Rodrigues, filha de João Benício. João Benício de Sousa nasceu em Viçosa do Ceará em 2 de Setembro de 1933, cidade onde residiu até um pouco mais de 2 anos e somente aos 3 anos seus pais Antônio Valentim de Sousa e Hermínia de Almeida Braga resolveram morar em Ubajara – até seus últimos dias de vida, passando assim a maior parte de sua infância. Sua família se totalizou em oito irmãos, ele sendo o quarto a nascer. Chegou a estudar em escola particular, no Centro Educandário, com os professores Antônio Canilinha e o tão conhecido professor Assis. Fez o curso de admissão, como era chamado na época, curso que hoje conhecemos como ensino médio. A sua tendência musical foi surgindo com o tempo e logo procurou se aproximar de seu primeiro maestro e professor de música, o Tenente Naninho, onde com muita dificuldade financeira prestava serviço em troca do seu aprendizado. Mas como todo jovem curioso e ainda não satisfeito, resolveu ir embora para São Paulo com 19 anos, em 1948. Assim seguiu para a grande Capital por intermédio de um amigo que lá morava em uma pensão situada na Rua Tapajós, no Bairro Ponte Pequena, próxima a Estação da Luz, com poucos dias de sua chegada a essa pensão, também chegou um outro conterrâneo de nome Agenor Soares, se tornando seu companheiro de quarto e seu primeiro aluno, em seguida passaram a estudar no mesmo conservatório chamado de Conservatório de Música Vila Lobos onde sua mensalidade era patrocinada pela família Cavalcante, de Ubajara, na pessoa do Sr. Zé Cavalcante. João Benício chegou a formar sua própria orquestra, que se chamava Orquestra Benício. O grupo tocava em vários clubes, como: O MARCONDES, ITARIRI e VINTE E OITO. Chegou a se apresentar no Rio de Janeiro, fez diversos programas na TV RECORD, sendo assim bastante requisitado. Ele também formou um quinteto onde fazia os programas na Rádio Nacional somente aos domingos no horário das seis às oito da manhã com sucesso em audiência, tornado-se o mais conhecido e respeitado na área musical. Os ritmos mais executados da época era Rumba, Mambo, tcha-tcha-tcha, Tango,Bolero e Samba canção. Em 1955 arrumou seu primeiro emprego de carteira assinada em 7 de janeiro na Empresa VITRUM S.A. e saiu em 30 de maio de 1957. Em seguida, trabalhou na Indústria de Ampolas Esperança LTDA em 1 de junho de 1957 e saiu em 20 de Agosto de 1958, onde trabalhava de Auxiliar de Maquinista. Seguiu para a Companhia Paulista de Aniagens em 14 de maio de 1959 até 31 de julho de 1959. E assim passaram-se onze anos. Foi quando recebeu o seu tão sonhado Diploma de músico profissional, habilitado pela sua extraordinária capacidade de ler e escrever partituras. Mesmo sendo apto à tocar todo e qualquer tipo de instrumento musical, o Maestro João Benício tinha uma preferência particular e paixão pelos instrumentos de sopro saxofone e clarinete. E logo após a sua diplomação, no final do referido ano, regressou à cidade natal Ubajara, com 26 anos de idade. Agora finalmente titulado maestro, chega a casa de seus pais, onde a noticia logo se espalhou e causou grande rebuliço na cidade: onde todos queriam ver e ouvir João Benício tocar o som de seu instrumento que suava alto aos ouvidos de quem passava por perto. Nos meados de 1960 começa o namoro com Francisca Rodrigues de Sousa (Nenca) e exatamente 10 anos depois se casam e dessa união geram um casal de filhos Magnus Benicio e Magna Rodrigues. No ano de 1972 recebe um convite do Comandante da Polícia Militar do Piauí, Coronel Canuto, para fazer parte da Banda de Música e responsável em transcrever partituras para os demais instrumentos, com o cargo de Cabo assemelhado, levando a família para morar em Teresina. Somente com a morte de seu filho, e tendo recebido transferência para a cidade de Picos (não só para trabalhar como músico, mais também para exercer a profissão de policial), resolveu desertar e regressar novamente para Ubajara. Ao chegar, participou de várias bandas e orquestras: Benício e seu conjunto, Orquestra Santa Cecília (padroeira dos músicos), Orquestra Ritmos Internacionais e o cantor Wanderley. Bem como outras na cidade de Sobral, como: Orquestra do Dr. Amauri Barbosa e Banda, Os Panteras Bossa que pertencia ao presidente do Pálace Clube da cidade e dono de uma fábrica de chapéu, e em Fortaleza, trabalhou com Ivanildo e seu Conjunto. Ainda em Ubajara, ele passou pela Banda Ases do Planalto, na direção do Sr. Zequinha e quando saiu formou sua própria banda BQ Som em sociedade com o advogado Queiroz Pessoa, onde o mesmo, por motivos pessoais, resolve com passar do tempo, sair da sociedade e entregar sua parte ao maestro João Benício, que por sua vez muda novamente o nome da banda para Banda Tropical. Ao longo do tempo, a Prefeitura Municipal de Ubajara, na gestão do prefeito Salustiano Lima de Aguiar, convida o maestro para formar uma Banda Municipal com jovens, onde ele passou a ensinar aos interessados em uma sala perto da prefeitura e muitas vezes em sua própria residência.Sua maior preocupação era deixar esses jovens tocando e lendo partituras e somente quando almejou seu objetivo foi que se fixou como maestro assinando sua carteira em 01 de Dezembro de 1979 tendo a duração de 5 anos e 4 meses no dia 30 de Abril de 1985. Já na gestão do Prefeito Eudes Soares Cunha pede sua demissão pelo motivo de ter sido convidado para trabalhar em outra prefeitura, dessa vez na cidade de Coreaú como maestro regente e formando músicos, ficando por lá cerca de dois anos. Em 1988, em um festejo na cidade de Ubauna,tocando e maestrando a Banda Municipal de Coreaú, o mesmo começou a sentir fortes dores de cabeça durante o evento que o fez voltar a Ubajara e deixar de trabalhar devido sua enfermidade. Exatamente na data de 18 de Novembro do mesmo ano, em Fortaleza, foi detectado através de uma tomografia computadorizada a causa

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